Corrida das Estrelas da Porsche Cup em automobilismo virtual coroa Erick Goldner

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Piloto do carro #100 faz jornada cerebral, evita acidentes e controla a bateria decisiva para fazer a festa no dia do 15º aniversário da categoria

A festa do 15º aniversário da Porsche Cup marcou a entrada de mais um piloto no panteão da categoria dos carros de competição mais produzidos no planeta. Erick Goldner prevaleceu depois de duas baterias de 30 minutos. Ele levou o carro #100 à vitória na prova de automobilismo virtual e, no processo, conquistou a vaga para ser o primeiro representante da Academia Shell Racing em Esports.
A premiação inclui também uma exclusiva caixa de som Porsche Design 911 Speaker, tanto para Goldner, quanto para o piloto titular do layout do carro #100 na Porsche Cup, Alceu Feldmann, como também para Guilherme Salas -que, com o quinto lugar na prova, foi o piloto mais bem colocado entre os especialistas do asfalto inscritos na corrida.
A segunda edição da Corrida das Estrelas contou com 41 inscritos e honrou as tradições das provas que a Porsche Cup exibe desde 2005: duas baterias, disputas acirradas em todos os pelotões, diferenças mínimas entre os competidores e ultrapassagens em praticamente todas freadas da pista de Interlagos.
A primeira corrida teve pole de Luiz Felipe Tavares e nada menos que 17 pilotos separados por menos de meio segundo -no intervalo de 1s eram 27. Goldner largou em oitavo e terminou em quarto. A vitória foi de Bruno Risseto, favorecido por batida de Gustavo Ariel em Tavares em disputa pela liderança. Ariel foi punido e recebeu a bandeirada em 14º. Tavares caiu para quinto e se recuperou avançando até o segundo lugar.
Na corrida decisiva Tavares novamente avançou para a liderança e acabou tocado. Alheio aos problemas dos concorrentes, Goldner manteve a concentração e levou o carro #100 em segurança até o final. A partir da metade da corrida ele viu Ariel se aproximar -escalando o pelotão de 14º na largada para a vice-liderança. Mas em nenhum momento foi atacado e recebeu a bandeirada com 1s700 de vantagem sobre o concorrente do carro #77. Cesar Froener completou o pódio em terceiro lugar com o carro #2.
Entre os profissionais do esporte a motor, destaques para Guilherme Salas com o top5, Eloi Khouri, que terminou em um respeitável 16º posto com o carro #80, além de Felipe Baptista e Miguel Paludo. O mais jovem vencedor de corrida de Gran Turismo e o maior campeão da Porsche Cup travaram belas disputas na primeira bateria, mas acabaram se envolvendo em acidentes na corrida final. O evento é parte do extenso programa de Esports da marca Porsche em 2020, promovido pela Porsche Cup em conjunto com a Porsche Brasil e realizado pelo IRB eSports na plataforma iRacing.

As corridas
Knock-out race
Luis Felipe Tavares larga bem, garantindo a primeira posição. Gustavo Ariel é o segundo. No final do grid houve contato entre os carros causando um acidente no final do pelotão. Ainda na primeira volta, o P3 Luizinho Gonzaga perde o ponto de frenagem ao final do S do Senna e cede posições importantes. Destaques da primeira volta foram Eduardo Borgert e Guilherme Salas, cada um conquistou 5 posições.
A terceira volta proporcionou uma disputa emocionante pelo 10º lugar, foram 8 carros envolvidos nessa briga. Quatro carros andaram lado a lado disputando a posição, em um pega bem parecido com os que estamos acostumados a ver na Porsche Cup.
Felipe Fraga, campeão da Stock Car em 2016, era o principal beneficiado da confusão. Largando em trigésimo segundo, já era o vigésimo colocado, foram 12 posições obtidas em quatro voltas. Eloi Khouri foi outro piloto das pistas reais que vinha bem, avançando 13 posições nas primeiras quatro voltas da prova
Depois de cinco voltas completadas, os quatro primeiros colocados já abriram vantagem para o resto. Tavares, correndo com o carro Lego abria o caminho em P1. Gustavo Ariel, Bruno Risseto e Renan Azeredo completam o pelotão dos líderes. Líder e o quarto colocado vinham separados por cerca de dois segundos de diferença apenas.
Bela briga pela décima sexta posição na sexta volta. Quatro carros lado a lado na reta oposta, ao final da reta faltou espaço para todo mundo, alguns foram para o escape da pista após contato.
Guilherme Salas entra no top 10 ao final da sétima volta! É o primeiro colocado entre os especialistas do asfalto. Felipe Baptista, em 11º era o segundo.
Em disputa pela liderança, Gustavo Ariel atacou Luiz Felipe Tavares no Pinheirinho e eles se tocaram e rodaram. Ariel levou a pior no toque e ficou bem para trás, Felipe Tavares caiu para P5.
Quem agradeceu pelo toque dos líderes foram Bruno Risseto e Renan Azeredo que assumiram as duas primeiras posições da prova.
Tavares conquistou o terceiro lugar na volta seguinte, enquanto Ariel sofria punição pelo contato com o carro #29.
Após cumprir o drive-thru, Ariel volta para a prova em 15º lugar, posição segura para conseguir a classificação para a segunda bateria. Mas, ainda assim abaixo do que o piloto vinha andando antes do acidente.
Erick Goldner consegue bela ultrapassagem por fora, no S do Senna, no início da 16ª volta, para assumir o quarto lugar. Naquela altura, seu ritmo era melhor do que o do terceiro colocado, Luiz Felipe Tavares, mas sem condição de um ataque real pelo top3.
Com 5 minutos para o final da primeira prova, Luccas Bernardo era o detentor da última vaga para o grid final. Ele andava com relativa tranquilidade, pois o 31º colocado, Thiago Iziquiel, vinha três voltas atrás.
Na abertura da 18ª volta, Tavares mostrou porque era o destaque da prova. Ele assumiu o segundo lugar colocando por dentro de Renan Azeredo na freada do S do Senna.
Bruno Risseto venceu a primeira bateria com Tavares em segundo e Azeredo em terceiro. Completaram os 5 primeiros colocados Erick Goldner e César Froener. Melhor piloto do asfalto foi Guilherme Salas com o P7, uma posição na frente de Felipe Baptista.
Os pilotos que mais escalaram posições foram Neto Nascimento e Wendel Parra que conquistaram 10 posições cada.

Corrida das Estrelas
Largada movimentada na segunda prova. Risseto, Tavares e Azeredo mantém suas posições originais no topo do grid. Miguel Paludo é tocado na segunda perna do S do Senna, e o pelotão quebrou logo no início.
Gustavo Ariel começa forte a segunda corrida, mostrando que merecia estar andando na ponta. Na primeira volta ele saltou de 14º para nono.
Tavares chegou a passar Bruno Risseto, mas ele foi tocado e acabou perdendo as chances de vitória. Erick Goldner agradeceu e assumiu a primeira posição da prova. Cesar Froener era o segundo, com Rodrigo Baronio em terceiro.
Na quarta volta toque entre Baronio e Azeredo. Guilherme Salas assume a terceira posição. Ariel já vinha em quinto.
Renan Azeredo cumpriu drive-thru por contato com Rodrigo Baronio. Gustavo Ariel assume a terceira posição.
A oitava volta assistiu a briga intensa pela décima posição. Neto Nascimento, Adaildo Vieira, Renan Azeredo, Eloi Khouri e Rodrigo Baronio disputavam cada palmo do traçado de Interlagos,
Ariel vinha tirando meio segundo por volta de Cesar Froener e assumiu a vice-liderança na freada do S do Senna.
Restava praticamente meia prova para buscar o líder Erick Goldner. Diferença entre eles era de três segundos.
Na 13ª passagem, Ariel quebra a barreira dos três segundos de diferença para o líder. Goldner aparentava estar controlando a corrida e o equipamento para um possível ataque no final da prova. Ainda restavam cerca de 10 minutos para a bandeirada.
Na 16ª volta, a diferença entre os líderes era de 2.4 segundos. A briga direta por posição era pelo top5. Guilherme Salas em quinto e Cristiano Bohessef em sexto. Salas defendendo bem sua linha.
Volta 18 e a diferença era de 2.06 de Ariel para o líder Goldner. Faltava pouco menos de 2 minutos para o fim da prova.
Na abertura da volta final, Gustavo Ariel diminuiu para menos de 2 segundos a diferença. Mas faltava remar muito para chegar em Erick Goldner. O líder fez prova segura na ponta. Top 5 terminou com Erick Goldner, Gustavo Ariel, Cesar Froener, Eduardo Borgert e Guilherme Salas.

O que eles disseram:
“É indescritível, primeiro porque esse não é um carro que eu sou acostumado a guiar.
Queria muito mostrar serviço no Porsche.
Treinei bastante durante a semana, cheguei ao meu limite nesses três ou quatro dias de treinos. Sei que tinha alguns mais rápidos, mais acostumados com carro.
Mas é o que sempre falo nos meus campeonatos e em corridas que já ganhei: só ser o mais rápido não é suficiente.
Tem que ter consciência, saber guiar, calma, respiração bem-feita durante a corrida toda para sustentar o ritmo e prevenir possíveis acidentes. Na corrida todo mundo quer ganhar, disputar posição e botar lado a lado. Às vezes saber esperar o momento ideal e atacar na hora certa é primordial. Eu fiz isso. A gente sabia que tinha que vir pra completar bem a primeira bateria, para poder ir bem na segunda e tentar disputar até o final e colher os corpos que fossem caindo no caminho. Foi uma estratégia que acabou dando certo.
Fiquei muito cansado porque este carro exige muito da gente, muito do braço, muito psicologicamente pois é um carro que não aceita erros. No finalzinho os braços não estavam mais aguentando, principalmente pelos 30 minutos de quali, depois mais 30 minutos de cada corrida… E eu estava tentando não cometer erros no fim e sensacional: deu vitória. Estou muito contente em ganhar essa prova e ser o representante da Shell nos simuladores”
Erick Goldner

“Primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade que a Porsche, Shell e IRB estão dando pra gente. Desde o ano passado, quando começou o campeonato da Porsche a gente já ficou muito animado e pra nós pilotos, eu que corro no real e virtual, é uma grande oportunidade e fico muito feliz de andar bem e dividir o pódio com essa galera.
Na bateria 2 eu larguei em 14º e aí falei que eu ia fazer uma corrida pra me divertir, com certeza não teria a chance de ganhar mas eu vi que eu tinha um ritmo legal, passei vários pilotos sem problemas. E na hora que cheguei em segundo meu engenheiro Pedro Moises falou no rádio que eu estava muito rápido e que se continuasse assim talvez desse pra brigar pela vitória.
Foi o que aconteceu, me mantive constante e fiquei muito feliz com o resultado.
O Erick anda muito, a galera nos treinos estava andando muito forte, ele e o Tavares.
Vou aproveitar para pedir desculpas ao Tavares, me precipitei na manobra da bateria 1, acabei estragando a disputa, fico chateado por isso porque era uma corrida que ia ser decidida no final e ia ser bem legal.”
Gustavo Ariel

“Gostaria de parabenizar a IRB, pessoal da Porsche e Shell por este evento.
É uma honra participar de uma corrida desse tipo, principalmente pelo nível dos pilotos e pela seriedade que o evento trouxe.
Eu não tinha como conseguir uma colocação melhor, eu acho que o P3 pra mim foi muito bom, infelizmente eu fiquei sabendo da corrida ontem por volta das onze da noite e consegui treinar só hoje por volta das 15 horas e até acho que conseguir um ritmo pra ser competitivo mas não tive tempo de testar stint longo, então não sabia como os pneus iriam se comportar e nas duas corridas eu sofri demais.
Eu começava bem, mas, por algum motivo, estava superaquecendo os pneus, principalmente os dianteiros, e isso me tirou qualquer chance de brigar.
Tanto que o pessoal chegava e eu era obrigado a deixar passar porque realmente eu não tinha ação nenhuma.”
Cesar Froener

Resultado (top10)
1. Erick Goldner
2. Gustavo Ariel
3. Cesar Froener
4. Eduardo Borgert
5. Guilherme Salas
6. Renan Azeredo
7. Cristiano Bohessef
8. Luizinho Gonzaga
9. Rodrigo Baronio
10. Daniel Machado

Por: Luis Ferrari

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Sobre o Autor

Formado em Educação Física e especializado em Jornalismo Esportivo. Editor e proprietário do Templo dos Esportes

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