Inaceitável

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Na modesta opinião deste que vos escreve, todo jornalista, por princípio, deve ter o poder de se indignar diante das coisas erradas. Aliás, permita-me uma correção: todo jornalista não, todo ser humano. Entretanto, a profissão e também o faro de repórter, que parece sentir de longe o odor nada agradável de algumas notícias, são combustíveis para que todo jornalista denuncie aquelas coisas que estão erradas, coisas essas capazes de causar indignação.

Então, nada mais natural começar a coluna desta semana para o Jogo em Pauta, sua crônica esportiva on-line, pedindo desculpas. Claro! Mesmo porque o curso natural das coisas deveria propor que tratássemos de apenas as belas coisas do esporte brasileiro e mundial. E são tantas coisas a descrever, como por exemplo, uma cesta de três pontos, um belo ponto no jogo de vôlei, um golaço que leva milhares de torcedores ao delírio, a vitória espetacular de um piloto em alguma corrida de automóvel. Não importa! Existem uma série de assuntos que podem ser abordados num site esportivo.

Entretanto, neste caso, o dever profissional fala mais alto. Não existe possibilidade de que um jornalista, independentemente da editoria, fique calado diante de absurdos que acontecem. Ainda que esse absurdo esteja relacionado ao esporte. Na semana passada, abordei a questão da Arena Corinthians.  Agora, outra importante praça de esportes da cidade de São Paulo está em pauta: o querido estádio do Canindé.

Aproveito a ocasião para neste texto, pedir licença ao companheiro Ricardo Veras – nosso especialista em assuntos relacionados à Portuguesa de Desportos –  para meter a minha colher nessa história. Afinal de contas, neste domingo, o estádio do Canindé apareceu no caderno de classificados do jornal “O Estado de S. Paulo”, como oferta de um leilão – referente a parte da área, envolvida em um processo trabalhista com diversos ex-jogadores da Portuguesa.

Eles movem processo contra a Lusa. O clube do Canindé, se é que podemos continuar afirmando que o Canindé é da Lusa, tem débitos junto à Prefeitura do Município de São Paulo. São R$ 14.253.442,67, além de outras dívidas referentes a IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) nos anos de 2005, 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016.

Algumas fontes ligadas à Portuguesa, admitem que um grupo de empresas negocia o cancelamento do leilão, bem como um acordo com os advogados dos ex-jogadores.  Entretanto, já existe data marcada para o leilão do estádio. Será no dia 18 de novembro, às 14h. E o lance inicial é de R$ 74 milhões. É inaceitável que um clube tão glorioso e tão querido passe por esse tipo de situação.  Uma história revoltante e inaceitável capaz de causar indignação e revolta não somente nos torcedores da Portuguesa, mas em todo amante do bom e velho futebol.

Por Ivan Marconato para o site Jogo em Pauta (www.jogoempauta.com)

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Sobre o Autor

Formado em Educação Física e especializado em Jornalismo Esportivo. Editor e proprietário do Templo dos Esportes

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