Volta Lusa, volta!

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Começo a coluna desta segunda-feira para o Jogo em Pauta, sua crônica esportiva on-line, pedindo licença a dois importantes personagens.  Primeiro ao cantor e compositor brasileiro Lupicínio Rodrigues.  O gaúcho de Porto Alegre que marcou sua história na Música Popular Brasileira com lindas canções de amor, mas entre outras tantas letras, escreveu também o hino do Grêmio de Foot Ball Porto-Alegrense.  E o segundo pedido de licença é também ao companheiro Ricardo Veras – pela segunda vez, é verdade, mesmo porque o assunto desta ponderação semanal é a Portuguesa de Desportos.

Se o título da coluna nos remete ao mestre Lupicínio, o futebol nos remete a Ricardo Veras. É claro que vou usá-lo para exemplificar todo torcedor da Portuguesa de Desportos.  A “querida “Lusa-Veneno”, como gostava de narrar o locutor Rogério Achilles, no AM- 890 da Rádio Gazeta, na equipe do brilhante Pedro Luiz Paoliello, cujos “comentários mais comentados da cidade”, eu também ouvia nos meus tempos de garoto. E que saudade da minha pré-adolescência nos anos 80.

Saudades de uma Portuguesa que eu não vi, como aquela campeã do Torneio Rio São Paulo de 1952, cuja linha de ataque era Julinho, Nininho, Renato, Pinga e Simão. Ou então aquela de dois anos antes do meu nascimento, que segundo alguns, só dividiu o título paulista de 1973 com o Santos, porque o árbitro Armando Marques não sabia fazer contas (longe de mim criticar o árbitro, mesmo porque eu também não sei contar). Diz a história que o ex-árbitro errou na contagem e encerrou as cobranças de penalidades máximas, quando o placar marcava 2 a 0 para o Santos. Entretanto, a Portuguesa ainda tinha duas cobranças para efetuar. Então, existia a possibilidade do empate e a respectiva continuação das cobranças, de forma alternada, até se chegar ao verdadeiro vencedor. Só que pela lambança do juiz, as equipes dividiram o título. É mole? Aquele time da Portuguesa era comandado por Otto Glória, o mesmo que imortalizou a frase: “quando se perde o treinador é chamado de “Besta”. Quando vence, de “Bestial”.

Há outros grandes times da Lusa, mais recentes e que este que vos escreve teve a oportunidade de acompanhar.   E lembrar com muito carinho. O de 1985, comandado por Jair Picerni, que tinha no elenco Edu Marangon, Jorginho e Luis Pereira. E o de 1996, que tinha Candinho no comando, e contava com Zé Roberto, Rodrigo Fabri, Capitão, Gallo e Caio.  Em 1999, com Candinho também à frente do time, a Lusa fez frente ao superelenco do Corinthians na semifinais de um dos mais emocionantes campeonatos paulistas da história. Tenho tanta saudade desse tempo!

E é em nome dessa saudade é que a Portuguesa precisa voltar a ser grande. Voltar às disputas dos títulos, e principalmente, incomodar os rivais.  Depois da “sacanagem” de 2013. E aqui abro um parênteses – não entra na minha cabeça que ninguém, absolutamente ninguém dentro do clube, diretoria, comissão técnica ou mesmo do próprio elenco, não soubesse que determinado jogador não poderia ser escalado por conta de cumprimento de suspensão por cartões amarelos. O fato é que desde aquele episódio, a Lusa não se reergueu mais.

Mas agora acredito que a Lusa está em boas mãos.  Com o novo presidente, Alexandre Barros, que foi repórter setorista do clube, e com o experiente ex-goleiro e treinador Emerson Leão, como consultor técnico. Leão, inclusive, é funcionário voluntário da Portuguesa e não recebe salários.  É esse tipo de gente, responsável, séria e competente, que acima de tudo gosta das cores lusas, é que o clube precisa para voltar as glórias de outrora.  E tomara que as glórias voltem. E rápido. Volta Lusa, volta!

Por Ivan Marconato para o site Jogo em Pauta (www.jogoempauta.com)

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Sobre o Autor

Formado em Educação Física e especializado em Jornalismo Esportivo. Editor e proprietário do Templo dos Esportes

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