Estratégia, trabalho de equipe e força mental levam Thiago Camilo a vitória improvável

0

Cesar Ramos mantém 3º lugar no campeonato

A 34ª vitória de Thiago Camilo na Stock Car, 6ª no traçado de 3.695 metros do Autódromo Internacional de Curitiba, conquistada hoje na segunda corrida da 6ª etapa da temporada 2021, foi uma das mais difíceis da carreira do paulistano de 36 anos. Talvez por isso o piloto da Ipiranga Racing demorou a sair do carro para abraçar a equipe. Estava muito cansado, e mais ainda, muito emocionado.

Os problemas começaram no sábado, quando o Toyota número 21, que em 2020 fez as duas pole positions disputadas em Curitiba, classificou apenas em 12º lugar. A equipe traçou então duas estratégias. A primeira para uma boa largada, que possibilitaria a Camilo ficar entre os dez primeiros na Corrida 1 e largar na frente – por causa do grid invertido – na Corrida 2. E a segunda, que acabou prevalecendo, era para o caso de o piloto não evoluir nas primeiras voltas.

Encaixotado na largada, Camilo caiu para 14º, e com um desempenho parecido com os dos rivais, foi ficando por ali até entrar no pit, quando botou bastante combustível e trocou os dois pneus do lado esquerdo – os pneus de apoio, mas que ficam mais longe dos mecânicos e demandam mais tempo para a troca. O resultado foi uma parada de 50 segundos, enquanto quem trocou apenas o pneu traseiro esquerdo e botou pouco combustível fez em média 36 segundos. Camilo voltou em 17º e recebeu a bandeirada em 16º.

Na segunda corrida foi galgando posições e estava em 10º quando foi a aberta a janela de pit stops. Foi um dos últimos a entrar, fez um pit de 36 segundos e voltou à pista lado a lado com Bruno Baptista e Gaetano di Mauro, que duelavam pela liderança.  Depois de uma disputa acirradíssima no Esse de baixa, no fim da reta dos boxes, Camilo assumiu a ponta para não perder mais. Viu a bandeira quadriculada um segundo antes de Di Mauro. Baptista completou o pódio.

“Foi uma das vitórias mais difíceis da minha carreira. A estratégia foi perfeita, o trabalho nos pits também, mas tão importante quanto isso foi a parte mental. Eu não tinha o carro mais rápido, tive problemas de transmissão desde a primeira corrida, e quando comuniquei isso no rádio a equipe fez um trabalho motivacional fantástico, me incentivando o tempo todo e dizendo para eu acelerar que ia dar”, disse Camilo, que foi do sétimo para o quinto lugar no campeonato.

Cesar Ramos, que foi o melhor Toyota do grid, largando em 4º, chegou em 7º na primeira corrida e estava em 8º na 20ª das 21 voltas da Corrida 2 quando rodou. “Nosso ritmo de corrida esteve um pouco abaixo do que esperávamos. A estratégia era terminar a primeira corrida um pouco mais para a frente, na na segunda fazer um feijão com arroz para terminar na zona de pontos. Além de perder algumas posições tive que usar o botão de ultrapassagem para me defender na primeira corrida. Na segunda, trocamos o pneu certo, meu carro saiu no pit com um rendimento muito bom, mas eu já não tinha mais botão de ultrapassagem, então fiquei só me defendendo. A oitava posição era o que dava para fazer, aí no fim eu cometi um erro, tracionei em cima da grama e agora essa corrida vai ser um descarte. Tem muito campeonato pela frente e vamos pra cima”. 

Ricardo Mauricio venceu a primeira corrida. A Stock Car volta a Curitiba semana que vem, no Dia dos Pais, dessa vez no anel externo onde não corre desde 2009.

O campeonato. 1 – Daniel Serra – 197 pontos;  2 – Gabriel Casagrande – 188   3 – Cesar Ramos – 162  4 – Ricardo Zonta – 156  5 – Thiago Camilo – 148

Por: Alexandre Kacelnik 

Campartilhe.

Sobre o Autor

Formado em Educação Física e especializado em Jornalismo Esportivo. Editor e proprietário do Templo dos Esportes

Deixe Um Comentário

2016 @Templo da Velocidade